FMI pede "consolidação orçamental imediata" em Moçambique
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou a Moçambique para implementar uma consolidação orçamental imediata, como forma de garantir a sustentabilidade das finanças públicas e a confiança dos investidores. O pedido surge num contexto de pressões fiscais, aumento da dívida e desafios económicos internos e externos.
Contexto do pedido
Durante a mais recente avaliação da economia moçambicana, o FMI destacou que a despesa pública tem crescido de forma superior à capacidade de arrecadação de receitas. Este cenário aumenta a dependência de financiamento externo e pode comprometer a estabilidade macroeconómica do país.
Segundo a instituição, é essencial que Moçambique adote medidas de gestão rigorosa do orçamento, com maior controlo sobre as despesas correntes e incremento das receitas internas, evitando desequilíbrios que possam prejudicar o crescimento sustentável.
Principais recomendações
- Reduzir o défice orçamental através de cortes em gastos não prioritários.
- Ampliar a base tributária, combatendo a evasão fiscal e modernizando os sistemas de cobrança.
- Melhorar a eficiência na gestão de recursos do Estado.
- Garantir transparência e diálogo com a sociedade civil sobre as reformas.
Impacto para a economia moçambicana
Especialistas consideram que a consolidação orçamental poderá ajudar o país a recuperar credibilidade junto de parceiros internacionais e atrair novos investimentos. Contudo, alertam que as medidas devem ser implementadas de forma equilibrada, evitando cortes abruptos em áreas sociais como saúde, educação e apoio às comunidades mais vulneráveis.
O FMI reiterou que está disponível para continuar a apoiar Moçambique no processo de reformas económicas, mas reforçou que o sucesso dependerá do compromisso das autoridades nacionais em aplicar as medidas recomendadas.
Reação interna
Em Moçambique, o pedido do FMI gerou debate entre analistas e atores políticos. Alguns consideram as recomendações necessárias para travar o agravamento da dívida, enquanto outros alertam que a rigidez das medidas pode gerar maior pressão sobre a população e as pequenas empresas.
A médio prazo, o desafio será conciliar a necessidade de ajustes orçamentais com a promoção de políticas inclusivas que impulsionem o desenvolvimento económico e reduzam a pobreza.
Fonte: Lusa / Notícias ao Minuto
