Shoprite avalia permanência em Moçambique após saídas de outros mercados africanos
JOHANESBURGO, 2 de setembro (Reuters) – A Shoprite Holdings (SHPJ.J), maior rede de supermercados da África do Sul, concluiu em grande parte a consolidação das suas operações no continente, mas Moçambique está na lista de países em revisão, segundo afirmou o CEO Pieter Engelbrecht em entrevista à Reuters.
Consolidação no continente
O grupo expandiu-se extensivamente na África, superando concorrentes como Pick n Pay e a Massmart (propriedade da Walmart), tornando-se o principal retalhista alimentar em cerca de 15 países. Contudo, nos últimos cinco anos, a empresa tem revisto as suas operações devido a volatilidade cambial, preços baixos das commodities, alta inflação, impostos de importação e rendas em dólar, fatores que pressionaram a renda das famílias e os lucros.
Em agosto, a Shoprite anunciou planos de saída de Gana e Malawi, após já ter deixado Nigéria, Quênia, RDC, Uganda e Madagáscar. Atualmente, mantém 268 lojas em sete países, todos membros da SADC.
Moçambique em alerta
Questionado sobre a consolidação, Engelbrecht respondeu: “Praticamente sim. Quem está na lista de observação é Moçambique... estamos em alerta máximo em relação ao que fazer.”
Segundo o CEO, a maior preocupação é a falta de avanço nos projetos de gás natural liquefeito no norte do país. “Sem isso, Moçambique está em sérios apuros”, afirmou.
O executivo referia-se aos ataques insurgentes em Palma em 2021, que levaram à suspensão do megaprojeto da TotalEnergies. A força maior ainda em vigor deverá ser suspensa em breve, de acordo com a empresa e o presidente de Moçambique, Daniel Chapo.
Perspetivas futuras
Engelbrecht afirmou que a África continua a enfrentar desvalorizações cambiais e inflação elevada, dificultando o crescimento. Por isso, não vê sinais de expansão para novos países no curto prazo.
Se voltar a expandir para fora da África do Sul, a Shoprite planeia adotar um modelo de negócios diferente, mais adaptado às condições locais.
Resumo
A Shoprite, maior rede de supermercados da África do Sul, avalia rever operações em Moçambique após várias saídas do continente.
